Hoje, entrei no quarto pensando estar numa nave voando
Numa nave voando... Quem sabe? Uma outra dimensão
Música de pássaros chamando, escuridão, brisa repentina
Lua atrevida entrando pelas frestas da cortina, da janela
Meu rádio tocando sozinho, minha cama fresca e macia
Desarrumada para sempre. E eu pensando, pensando
Fixamente quem eu era, onde estava, enfim, filosofia
No fim era a poesia que novamente estava chegando
Ela chegava viva, simplesmente viva enquanto eu,
Saia do meu eu, magicamente, por obra e graça do espanto