A Menina corre sorrindo
Atordoada pelas pedras
E pela vida...
A chuva procura a pedra
Que se revela no horizonte
Aflito daqueles olhos alegres
A chuva partiu a pedra
A vida passou aflita
E ela, sem saber de nada
Corre atordoada a menina
Entre os restos de chuva passada
Seus olhos, pedrinhas do chão.
O chão batido marca a aflição
Dos pés que voam presos a terra,
Descalça, a menina passa perdida.
Atrás de um horizonte que ela
Não vê e que tem nas mãos,
A menina procura a chuva
Ela corre até ferir o nada
Quando seus olhos descalçam a vida
Como a chuva a pedra
Seus olhos já foram embora,
Deixaram dois vazios na menina
Que corre ainda sem saber...
A vida passou pela estrada
E ela ficou como sombra das poeiras
Estátua de terra no horizonte invisível.
Adrienne Kátia Savazoni Morelato
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