domingo, 27 de março de 2011

Brincar de Barro

As pedras ficam no lugar
Mas nunca é a mesma pedra
O vento e a chuva já se foram
Enquanto eu chego sempre

Só sobrou-me entre os dedos
As pedras de hoje e o pó
Das pedras de ontem, amassadas
Pelo vento e pela chuva sob o sol.

E sob a lua e igualmente à lua
Choro pedregulhos entre palmas
Tão brancas como ela do céu
Tão frias como ela da terra.

E fico passando de uma a outra
Até petrificar a minha face,
Os olhos não correm mais, só olham
O buraco que cavei em minhas mãos.

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