Sinceramente
todas as dores são meros pássaros afogados
sem previsão de pouso,
mas todos são tão efêmeros
de vidas curtas e doentias.
Onde será que voarão na próxima amanhã?
Talvez seus minutos serão fixados
no espaço traçado pelas suas asas
e cada pedaço do tempo uma doce música
de adeus...
Perdidos, os pássaros recuperam seus céus
cada um é um sonho fosco
tentando buscar as luzes serenas
de um mesmo sol distante e belo
mas que nem sempre é generoso com todos
Adeus meus poemas
adeus minha música serena
adeus meu amanhã
sou efêmera e vã
e de asas pequenas
onde o tempo e o espaço
me esmagam entre dores
fixadas no voo distante
e generoso de um pássaro
belo e fosco
que está em meus sonhos
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