As horas eram silêncios de esperas
Últimas habitações de nossas palavras
Éramos ventos nus destruindo vésperas
Rastros de chuva que só abrigavam
O interior das últimas folhas verdes
Andávamos tristes, parados e perdidos
Anterior a todas essas passagens frias
Resquícios de nossos únicos abrigos
Derrubávamos as estrelas pelos bosques
Espelhos selvagens de nossa solidão
e caímos inteiros num mosaico de abismos
Sobre as coisas da vida e da morte
Hoje somos a música serena da ilusão
À margem do acaso, da dor e da sorte.
Precisamos finalmente nos encontrar
Para restituir ao tempo sua dimensão
Dissolvida no infinito de nossas viagens
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