quarta-feira, 30 de julho de 2014

Nosso porta retrato



Entre o antigo e o sopro,
as flores que plantamos
estão vivas e com brotos

Entre a dor e as palavras,
as árvores que plantamos
crescem verdes e altas.

Entre o suspiro e o sonho,
a casa que construimos
está edificada para olhardes

E nos enxergar lá dentro
como éramos coloridos
puros, sem medir o tempo.

E olhar a rede e a área,
nossa colheita no chão
nosso cachorro no sofá.

A colheita para o jantar
os livros em comunhão
a música que anunciava

um soluço da solidão
e uma carícia não dada

em um adeus de canção.