As mãos que escrevem
são parte de uma grande forma
que desaparece
por alguns instantes.
As mãos que escrevem
escondem quem as move
mas também o traz
constantemente.
Quando eu escrevo
não, não sou eu que escrevo
são as minhas mãos
guiadas por um louco pensamento
porque não sei se é meu.
Sei que as minhas mãos
movimentam, criam
se libertam do apêndice
que se torna o meu corpo.
Mas elas também são o meu corpo!
e o trazem em um grande jogo
de aparecer e desaparecer.
Grande texto performático
que se realiza no silêncio
escrita de um ser fragmentado
que se realiza em pedaços.
O texto que faz um teatro
a si mesmo.