quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Crudeza

Resultado de imagem para imagem de água escorrendo na rua

Mis sueños son crueles
porque en ellos, tú siempre
espalda.

Hay ternura perdida en el camino
y tu abrazo me consuela

Su cariño se quedó allí
en la esquina sueño
y en la esquina del ojo.

No quiero salir más de esta.
esquina,
para no derramarme
por entre las paredes

Y escurrir como agua de lluvia
por las calles.

Su abrazo se disipa
como polvo entre nubes.

Su cara venta
y yo sonrío en nuestro
reencuentro.

Sobró en la mañana
la aspereza del día
la frescura del tiempo
y de la nostalgia, estrecho
viento

Entre el sueño y la vigilia
hay mis ojos.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

God ' s Peace and My Peace



Resultado de imagem para paz em espelho


I let the voice of my dark eyes speak
Your skin is like the road on which one day was a river,
where there is nothing else to dry, nothing to follow.

A mist that blurs my hands tremble 
And the peace of your arms that no i longer have,
shadow haunts my heart.

I ask, then, for the peace of God's naked face.
The greater peace, that calm and soft kind that does not end with a lost kiss,
but that is planted in the plant and that brings us the needinesse of the afflicted.

The face of God formed in the trees,
Sighs of peace for all the vanquished
pure and holy peace from the leaves to the air.

I ask for the peace of God´s fertile eyes
Pulling out the pain, like roots
Breathed into the harshness of the words thatfeed all conflict.

The humiliated, wet from torment, restore the fertile core of song,
sullying the fingers of affection
the rivers of God drain into skin and bread,
aiding the mouths of the hungry with the hues of the earth's womb.

Peace germinated in seeds and bran
Scattered scourgers on the winds,
Dispelled all evils and anguish, and brought to you the sands of love.

In the face of God,
God bid me his farewell to chart my last pursuit,
While the winds, undivided and deep,
Carried out the agonies of the world.

And may the farewells envelop our days, as peace is made for humanity
in the breath of embrace and forgiveness.
And may God remake the soil, his mirror.




Ontem, eu colhi mandioca do meu quintal. Colhi a mandioca que eu mesma plantei, colhi, cortei as ramas, descasquei suas raízes depois de lavadas. Ela estava molinha, fácil de cozinhar. 
Dentro da panela, ela quase se desmancha. Comi com sal e com açúcar, doce e salgada, com leite condensado e com salame e azeite. Parecia um purê, mas todo amarelinho. Agora, estou fritando a para o almoço. Ela ainda cheira a terra do quintal molhada de chuva. O gosto parece único, todos alimentos que tiro das entranhas do terreno do meu fundo parecem que têm um sabor realçado, um sabor inesquecível. Já colhi cachos de bananas, sacolas de batata doce, aboboras, amoras, alfaces e milhos, todos com uma textura, cor, sabor únicos. Sem veneno, sem esterco, terra adubadamente natural com as folhas e cascas que dela mesmo saem. Depois de cortadas as ramas, replantei-as ao entardecer junto da minha mãe em noite de lua minguante. Cavei os buracos, dez centímetros mais ou menos, colocamos duas ramas em cada cova, cobrimos com os nossos dedos misturados à terra e por cima, uma cobertura de palhas e folhas. Não há nada que me faça mais feliz do que plantar e do que comer do que eu planto. Queria poder viver assim, da terra, sem política e sem nada que pudesse estragar essa pureza.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Crueza



Meus sonhos são cruéis
porque neles, você sempre
volta.

Há ternura perdida no caminho
e o teu abraço me consola

O seu carinho ficou lá
no canto do sonho
e no canto do olho.

Não quero sair mais deste
canto,
para não me derramar
por entre as paredes

E escorrer como água da chuva
pelas ruas.

Seu abraço se dissipa
como poeira entre nuvens.

Teu rosto se venta
e eu sorrio no nosso
reencontro.

Sobrou na manhã
a aspereza do dia
a frescura do tempo
e da saudade, estreita
ventania

Entre o sono e a vígilia
há os meus olhos.

sábado, 28 de julho de 2018

O Voo Duplo.



Para os meninos, o dia chegou. Na beira do trilho da beira do rio e no sopé do morro, o encontro com o topo e a hora de ultrapassá-lo. A medida do tempo pelos pés descalços. As mãos ainda dobravam o papel e o coloriam. Eram ventos ali, enfeitando o brinquedo para subirem além do alto. Estas crianças conheciam os limites que se traduziam em morro, estrada, rio e sombra. Sempre respeitavam a paisagem como se ela fosse o Mu Gigante. O Mu era um bicho peludo da mata que carregava até a porta da cozinha, ovos cozidos e coloridos para as crianças comerem. Tão coloridos como o brinquedo que por elas era construído. O Mu parecia doce e terrível. Os limites da paisagem também.
O morro era de longe, o senhor da sombra e da neblina. Ela de manhãzinha, tingia tudo de branco e descia com fome de suas costas, deixando as pipas das ruas para trás. Os meninos habitavam o vale e espreitavam com os olhos o tamanho do gigante, como se pudessem dizer o quanto havia de desejo em suas faces em feixes de luzes. Somente aquele brinquedo poderia ultrapassá-lo, passar por cima, ir adiante, voar, subir e ser maior que o morro. Um balão. Um balão de papel colorido recortado por dedos menores e que agora não queriam nenhuma proteção. Queriam apenas o céu além dos olhos.
O balão estava pronto e todos os pequenos o seguravam no limite do limite da paisagem. Entre o final do trilho e a última árvore, na margem do rio, o morro crescia. Crescia mais que os próprios campos a perder de vista, enquanto os meninos diminuíam. No pé do morro uma estrada, o seu rio no pé dos meninos que só tinham um trilho para calçar. O balão tremia e embora, torto e penso, subia. Os meninos, de repente, cresciam e flutuavam junto dele. Finalmente, havia algo que subia para além do morro, vagando com a força dos olhos dos meninos.
O balão se desmanchando, enquanto as crianças não saiam daquele instante. Elas permaneciam estáticas ao sopé do morro, no final do trilho à beira d´água. Só os seus olhos se mexiam, mas suas vidas flutuavam e eram livres junto ao balão que a cada minuto, os deixava mais e mais para seguir viagem. Ele ia sumindo, sumindo, mas levava a liberdade de ser. Enquanto as crianças, uma névoa as neblinava pouco a pouco como um sonho. Dizem que seus pés ainda estão lá, fincados no chão como as raízes das árvores, porém, os olhos delas foram carregados pelo balão para o infinito bem longe, onde há poucos morros.