terça-feira, 7 de agosto de 2018



Ontem, eu colhi mandioca do meu quintal. Colhi a mandioca que eu mesma plantei, colhi, cortei as ramas, descasquei suas raízes depois de lavadas. Ela estava molinha, fácil de cozinhar. 
Dentro da panela, ela quase se desmancha. Comi com sal e com açúcar, doce e salgada, com leite condensado e com salame e azeite. Parecia um purê, mas todo amarelinho. Agora, estou fritando a para o almoço. Ela ainda cheira a terra do quintal molhada de chuva. O gosto parece único, todos alimentos que tiro das entranhas do terreno do meu fundo parecem que têm um sabor realçado, um sabor inesquecível. Já colhi cachos de bananas, sacolas de batata doce, aboboras, amoras, alfaces e milhos, todos com uma textura, cor, sabor únicos. Sem veneno, sem esterco, terra adubadamente natural com as folhas e cascas que dela mesmo saem. Depois de cortadas as ramas, replantei-as ao entardecer junto da minha mãe em noite de lua minguante. Cavei os buracos, dez centímetros mais ou menos, colocamos duas ramas em cada cova, cobrimos com os nossos dedos misturados à terra e por cima, uma cobertura de palhas e folhas. Não há nada que me faça mais feliz do que plantar e do que comer do que eu planto. Queria poder viver assim, da terra, sem política e sem nada que pudesse estragar essa pureza.

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