terça-feira, 31 de julho de 2018

Crueza



Meus sonhos são cruéis
porque neles, você sempre
volta.

Há ternura perdida no caminho
e o teu abraço me consola

O seu carinho ficou lá
no canto do sonho
e no canto do olho.

Não quero sair mais deste
canto,
para não me derramar
por entre as paredes

E escorrer como água da chuva
pelas ruas.

Seu abraço se dissipa
como poeira entre nuvens.

Teu rosto se venta
e eu sorrio no nosso
reencontro.

Sobrou na manhã
a aspereza do dia
a frescura do tempo
e da saudade, estreita
ventania

Entre o sono e a vígilia
há os meus olhos.

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