quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Para as Crianças de Hoje
Desapareceu
Os trens de ferro
Desapareceu o café com pão
O fogo na fornalha
O ohooooooo!
Nem foge mais os bichos
Nem o povo,
Não passa mais o poste
Nem o pasto, nem o boi
E boiada.

O que é galho da ingazeira
Debruçada do riacho?
Perdemos já e muito
Nossa vontade de cantar
De cantar
De cantar

E o Manuel já
Se foi há muito!
Ficamos nós esperando
O apito na estação
Abandonada.

w
Para as Crianças de Hoje
Desapareceu
Os trens de ferro
Desapareceu o café com pão
O fogo na fornalha
O ohooooooo!
Nem foge mais os bichos
Nem o povo,
Não passa mais o poste
Nem o pasto, nem o boi
E boiada.

O que é galho da ingazeira
Debruçada do riacho?
Perdemos já e muito
Nossa vontade de cantar
De cantar
De cantar

E o Manuel já
Se foi há muito!
Ficamos nós esperando
O apito na estação
Abandonada.

w

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Faces e Pulsos
- 2ª edição -
"Este é o meu primeiro livro, não o primeiro que eu tentei fazer, mas o primeiro que eu consegui acabar. Não sei se eu fiz a melhor seleção, na verdade, toda seleção pressupõe uma maneira de olhar e de ler, e como nunca olhamos e lemos alguma coisa do mesmo modo, principalmente um poema, toda vez que eu lia e relia este meu primeiro livro eu refazia a seleção . (...) porque a cada momento eu era outra, que pedia um novo livro, desfazendo ou retomando uma outra poeta passada (...) Só terminei de desfazê-lo e fazê-lo quando percebi que este processo é próprio e constante e não uma falta de decisão. É claro que ainda sim não fiz a seleção perfeita (...)
(...) Outra coisa: também não acredito em vida sem poesia, as duas para mim confundem-se e não tenho nenhum rancor e medo em misturá-las. Vivo-as como também sei que me vivem. Publico-as senão para mais pessoas poderem revivê-las. Mas não as confundam comigo, eu certamente nem sei mais quem eu sou."

78 páginas - formato 13,5x21,0 cm
Edição: Câmara Brasileira de Jovens Escritores

Um sonho para a Ana

As flores já se queimaram
De Sol, Ana
Porque o mundo é cruel

E há crianças que nunca
Foram bebês, Ana
Quanto mais crianças
Porque o mundo é cruel

E há estrelas que já morreram
Há muito tempo, e nós ainda
Acreditamos que as vemos

Porque o mundo é cruel
Ana, é que as águas da terra
Secaram pela força dos homens.

E as árvores se retorceram
Em busca dos últimos pássaros
Enquanto nas ruas sem caminhos
Os velhos catam migalhas de pão.

Ana, te esconde do mundo
Para que não te seques como as águas
Sem a terra, sem o barro

Você com sua vozinha
Com seu sorriso infantil
Com sua pureza
Chega a ser engraçada
Irreal no meio das ásperezas

Então, corre Ana
Corre para continuar como é
Voz e sorriso.

Te proteja para não
Se tornar áspera e cruel
Como as flores que
Se queimaram de sol.

E como as estrelas
Que nos enganam
Com sua luz.

Os últimos pássaros
Estão voando para muito longe
Onde o mundo não pode
Alcançar.

Eles estão indo, Ana!
Corre, voe com eles!
Lá encontrarão o último
Rio e o último poço
Claro e transparente

Onde há crianças
De todas as idades
Tomando banho e lavando
A sede.

Porque o mundo é cruel
Ana, é que as flores
Continuam a crescer nos campos
E as estrelas a morrerem
Em nossos olhos.
Solitude

Minhas paisagens choram sossegos
E as sombras param as vozes
Que se despedaçam entre os ares

É preciso tocar todas as nuvens
E prender todas as flores entre os dedos
Porque é doce o tempo quando invisível.
Para achar o livro é preciso por o meu nome no campo de busca do site: Adrienne Kátia Savazoni Morelato
Tati, ainda não tenho para ti vender, mas ele está sendo vendido no site www.clubedeautores.com.br e eles te mandam pelo correio. É uma editora independente que não cobra para publicar pois só faz os livros que tem por encomenda, o que significa que para ser impresso é preciso encomendá-lo antes. E eu recebo uma comissão como parte dos direitos autorais por cada livro vendido. Sei que aceita cartão e boleto e eles mandam pelo correio.
Muito obrigada pelo interesse e espero que goste


Beijos

Adrienne