segunda-feira, 13 de julho de 2009

Para Mário de Sá Carneiro

Queria ser alguma coisa
De útil, neste mundo
Talvez árvore, talvez nuvem
Quem sabe vento
Ou água escorrendo

Menos essa sombra
Esse vago, essa angústia
Esses minutos de dúvida
Esse olhar de descontentamento

E tudo parece morrer
Na espera, na saudade
De ser simples sereno
Ou vontade, ou querer

Queria ser um risco
Ou desenho na folha
Pela metade
O rasgo é movimento,
É dor inteira e verdade

E tudo parece morrer
Quando se quer a saudade
De ser nuvem, de ser vento
De ser árvore no sereno, e água
Que invade o momento
E a tarde...

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