quarta-feira, 5 de junho de 2013

Do corpo e da poesia




Sei que a poesia
é feita de palavras
mas...

Permite-me encostar
a ponta de meus pés
na areia simples e clara
das praias aquareláveis

Piso uma a uma
enquanto elas se desmancham
em mar e montanhas
em sombras e luzes do sol
formando cachoeiras
onde meu corpo se nutre.


Nua, choro a brisa da noite
as águas mortuárias do oceano
e toda solidão que a poesia
pede e necessita

A trilha na areia em que ando
é feita de cores amargas
estreita-se nas pedras vivas
e se farta de muitas águas
enquanto pouco a pouco
meu corpo vai se desvelando
em transparência, mais nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário