O meu rosto não é bonito
Ele tem as marcas do vazio,
Das dores impressas nos anos
Rasgos no silêncio da pele.
O meu rosto não é bonito
Veste nele o desengano,
Um adeus que não escorri,
Em suaves desencantos.
O meu rosto, eu o vejo
Feito de cicatrizes e fins,
E na fronte, uma lágrima
Pedra que fura o espelho.
Ele carrega todas as marcas
do seu pequeno despeito,
corrói meus olhos de dentro
entrega-se nós nas pálpebras
O meu rosto não é bonito
Ele não tem olhos azuis,
Tem o seu último beijo
Que eu não pude sentir.
O meu rosto não é bonito
Ele tem as marcas da fome
Que um dia, no vento, engoli,
Papel das sombras e, do tempo.
Sensível, verdadeiro, bonito.
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