Deixo a voz das minhas olheiras falarem
Suas peles são como a estrada em que um dia
foi um rio, onde não há nada mais para secar
Nem para seguir.
foi um rio, onde não há nada mais para secar
Nem para seguir.
Uma névoa que borra o meu peito
Uma dor que treme as minhas mãos
E a paz de seus braços que já não tenho
sombra assombra meu coração.
Uma dor que treme as minhas mãos
E a paz de seus braços que já não tenho
sombra assombra meu coração.
Peço então, a paz da face nua de Deus.
A paz maior, espiritual, calma e branda
aquela que não termina com um beijo
perdido, mas que se planta na planta
A paz maior, espiritual, calma e branda
aquela que não termina com um beijo
perdido, mas que se planta na planta
E que nos traz a exatidão dos aflitos.
A face de Deus moldada nas árvores,
Suspiros de paz para todos os vencidos
paz pura e santa pelas folhas aos ares.
A face de Deus moldada nas árvores,
Suspiros de paz para todos os vencidos
paz pura e santa pelas folhas aos ares.
Peço a paz dos olhos húmus de Deus
Arrancando as dores, como as raízes
Respiradas na crueza das palavras
que alimentam todos os conflitos.
Arrancando as dores, como as raízes
Respiradas na crueza das palavras
que alimentam todos os conflitos.
Os humilhados úmidos de suplícios
restauram o ventre fértil da canção,
A pá da paz limpou as pedras e as dores
E o sonho brotou firme daquele chão.
restauram o ventre fértil da canção,
A pá da paz limpou as pedras e as dores
E o sonho brotou firme daquele chão.
Sujando os dedos de carinho
Os rios de Deus deságuam em pele e pão,
socorrendo a boca dos famintos
com as cores do útero da terra.
Os rios de Deus deságuam em pele e pão,
socorrendo a boca dos famintos
com as cores do útero da terra.
A paz germinada em sementes e farelos
Espalhou pelos ventos os flagelos
Dissipou todos os males e angústias
e levou para tu, as areias do amor.
Espalhou pelos ventos os flagelos
Dissipou todos os males e angústias
e levou para tu, as areias do amor.
Na face de Deus, Deus me deu o seu adeus
para desenhar a minha última procura,
Enquanto os ventos inteiros e profundos
Carregaram para fora as agonias do mundo.
para desenhar a minha última procura,
Enquanto os ventos inteiros e profundos
Carregaram para fora as agonias do mundo.
E que a despedida envolva nossos dias,
Enquanto a paz se faz para a humanidade
No sopro do abraço e do perdão.
Enquanto a paz se faz para a humanidade
No sopro do abraço e do perdão.
E que Deus refaça do húmus, o seu espelho.
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