de uma
natureza morta
de uma
natureza antiga
que já não
se vê mais
O que vejo
é a cidade
mas não a
sinto,
seu asfalto
é frio
seu
concreto é morte.
Já não há
árvores e flores
os pássaros
fugiram
para um
lugar sem nome
eles já não conseguiam cantar
como
cantavam há muito.
O infinito
perdeu sua pureza
e a
solidão, seu aroma.
As formas
são outras
a beleza
uma opção.
Faço
poesia para um lugar
que não
se esconde,
mas que se
perde em um instante.
Milhares
de vidas
destruídas
em segundos
para o
bem do progresso
e do dinheiro.
Ainda sou
romântica,
prefiro me aconchegar
em um
jequitibá,
do que na
estreita
sombra de
um prédio.
Prefiro a dor e a solidão
de um ipê no fim da estrada,
do que as multidões vazias
das ruas, onde
flutuamos
como
fantasmas
Haverá
um resquício
de verde
entre as pedras
da
calçada, com uma flor
do campo
a soluçar
baixinho...
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