domingo, 23 de junho de 2019

Uma condição

Quando for me dizer adeus
olhe nos meus olhos
diga de cabeça erguida
quando for me dizer adeus.

Foram tantos poemas que eu lancei
no vácuo da solidão para você,
quando for me dizer adeus
os maldiga, se quiser que seja o fim.

Não haveria vida em meu sorriso
nem sonho em meus prantos,
quando for me dizer adeus
não diga em forma de acalanto.

Seja breve, como são os precipícios
seja altivo e não umedeça o olhar,
porque beberei de sua face
as respostas e não de suas palavras.

Quando for me dizer adeus
não diga, silencie apenas
as palavras são curtas e pequenas
para esse momento de ponto final.

Porque quando for me dizer
adeus, respire as minhas gotas
grossas, sou poeta e sonho
com planícies e veredas.

E por último, abra o portão
quando for me dizer adeus,
diga com todas as chaves
porque uma delas, escancarou
meu coração de poeta.

É preciso fechá-lo aos vendavais.

Um comentário:

  1. Que lindo Adriene!
    Tu tens olhos e boca de poeta, sua alma é pura poesia!

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